Durante este fim-de-semana estive num campo de férias para jovens diabéticos. Foi o meu primeiro campo de férias. Nunca fui criança de me entrosar facilmente no meio de desconhecidos e também nunca fui muito sociável devido a algumas condicionantes de vida. A experiência foi enriquecedora e gratificante. É certo que hoje, adulto e em trabalho, a realidade é diferente.

O curioso é que muitas questões internas me surgiram. Não só em relação a mim mesmo no passado e presente como em relação a todos os jovens que lá estavam. As idades variavam e, tanto rapazes como raparigas, partilhavam o dia em actividades e convívio. Alguns já se conheciam outros, novos, viviam a experiência e as pessoas pela primeira vez.

Em tudo o que mais pensei e observei foi a descriminação que surge em idades tão precoces. A discriminação pela minoria, pela novidade, até mesmo pela inocência e desconhecimento. Depressa pensei na sexualidade de todos aqueles jovens. Pergunto-me quantos não viverão mal a sua sexualidade por falta de acompanhamento, por medo e repressão, até mesmo de si para si mesmo. Quantos não se sentirão frustrados com a sua vida por falta de coragem, quantos não fingirão ser o que não são para poderem prosseguir o seu caminho e quantos terão a coragem para enfrentar tudo e todos e caminharem pela verdade de quem são: gays, lésbicas, bissexuais ou transexuais.

O acompanhamento social não existe. A discussão da sexualidade é discutível. A que existe é ainda muito retrógrada. Não se fala abertamente e sem preconceito de orientação sexual, não como opção, mas como realidade natural.

Espero um dia ver essa sociedade…

PS: fica a foto do paraíso onde estivemos.



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É mais um Blog de um Homossexual que vive (ou tenta viver) a sua vida. Alguém convicto que a orientação sexual não é uma escolha, que não sou diferente e como tal a descriminação não faz sentido... Será que ainda posso acreditar no Pai Natal??!!

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