… amar, o amor. Ilógico, irracional, puramente sentimental, inqualificável, inquantificável. A essência da vida tão incerta e subjectiva. É atroz o sofrimento de quem não ama e sente, que o princípio da vida o leva a isso. Atroz o desespero daquele, que quando se despe de si, percebe o vazio do outro, na sua própria solidão. Atroz o desejo que o corrompe pela vontade de amar. Atroz o tempo da vida que passa a tentar amar, a querer amar. E atroz o momento em que cansado, frustrado, na espera do amor desiste de o fazer, de o ter, de o conseguir, quase que desistindo de parte da razão que o leva a viver, acordar e respirar.

E eis que um dia ama!

Mas o tormento não termina. Desta feita em plena competição com o enormíssimo sentimento que o preenche surge a dúvida da reciprocidade que dele exigimos. Sabermo-nos amados no outro. Sabermos até onde vai e chega o amor do outro por nós em prol do amor de nós pelo outro. Ou por outro lado, perdidos na dúvida nossa de até onde vai o nosso amor pelo outro! Mas tormento maior é o amor não correspondido. Aquele que enche o nosso mundo e a nossa vida mas se perde no campo da possibilidade falhada face à não resposta do outro. O amor é ser de duas almas e esse é o seu segredo: duas vidas que vivem em si a alma do amor na fusão das suas almas. E não esqueçamos ainda o amor desencontrado, quais caminhos errantes que se cruzam tarde ou cedo demais no tempo errante do destino…

Amor, sentimento, esse, de compreensão impossível!

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É mais um Blog de um Homossexual que vive (ou tenta viver) a sua vida. Alguém convicto que a orientação sexual não é uma escolha, que não sou diferente e como tal a descriminação não faz sentido... Será que ainda posso acreditar no Pai Natal??!!

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