Uma das músicas que se ouviu no final da noite

... caí na cama e adormeci! O dia foi longo, muito longo, e estranho, muito estranho, ou melhor, deu-me mais uma vez que pensar, como tem acontecido com muita coisa nestes últimos tempos. Mas passo a explicar-me.

Anteontem à noite estive em auxílio de uma amiga. Inicio de namoro é complicado e juntou-se uma pequena zanga, um tempo de espera e ela acabou por ficar em minha casa até eu não aguentar mais e ter que me deitar. A partir daí lá foi ter com o seu príncipe que espero, por ela, que seja real sem falsos encantados.

Dei-me finalmente aos meus lençóis de corpo e alma. Umas (poucas) horas depois o despertador tocou. Seguiu-se o trabalhinho das 8h as 22:30h. Porém, o descanso merecido do guerreiro ficou adiado com um convite dos colegas para uns copos. Afinal de contas era sábado à noite…

Admito que um pouco reticente lá aceitei o convite. Passei rapidamente por casa para mudar de roupa e lá fomos ao encontro do grupo seguindo para a noitinha…

Bom, em breve suma, seguiu-se Porão de Santos, Number Two, Porão de Santos (again) e terminamos a noite no The Loft. Resultado: cheguei a casa passavam das 7horas, depois de uma directa e com algumas coisas na cabeça.

Chamem-me o que quiserem. Admito que a diferença está em mim, face à maioria, mas o segredo de cada um de nós reside na nossa individualidade. Por isso mesmo, admito que eu e o mundo da noite não ligamos muito bem! Á todo um rito, quase que devoção, que me escapa e passa ao lado, principalmente a continuidade e sistema com que muitos o fazem.

Foram poucas as horas mas o que vi chegou para me relembrar do porque é que não o faço mais vezes. Gosto de dançar, ou melhor, gosto de me abanar ao som da música, de vez em quando. É uma forma de libertar tensões acumuladas, principalmente se em boa companhia.

Mas aquilo que encontro é um ambiente onde mal me consigo mexer, em que o som, quase que deixa de ser música e passa a ser dominada pela batita, pelo remix, e pela monotonia. Das duas, uma: ou a companhia é mesmo muito boa e tu não a largas (fisicamente claro) ou então é para esquecer porque se torna impossível falares com alguém!

Depois, acabas por te refugiares no teu amigo mais próximo: o copo da bebida. Não sou fanático por álcool e não o consumo constantemente, porém também não tenho qualquer problema com ele. Nunca estive verdadeiramente bêbado e não tenciono estar. Por outro lado, não consigo entender a necessidade que muitos têm desse estado fora de si mesmos! Para mim não passa de uma forma de serem alguém diferente do que verdadeiramente são sem o conseguirem de forma sóbria e conscientes de si… Isto não é uma filosofia barata e acima de tudo não é um juízo, espero portanto que não levem a mal, pois consiste apenas na minha opinião. Ninguém fica bêbado sem consciência de que o faz. Pergunto-me por isso porque não pára antes?

Em consequência vêm-se coisas como: pancadarias, brigas, vómitos, zangas… tudo recheou a noite. Actos que muitos terão para se arrepender mais tarde…

Assumo a minha culpa: sou diferente. Não me identifico com nada disso. E quando no final da noite me perguntaram se voltaria a ir a resposta ficou em aberto e não podia ser de outra forma.

Gosto de estar com os meus amigos, os verdadeiros, cada vez mais raros. Gosto de os ouvir e de ser ouvido por eles, estar confortável, ter uma boa bebida comigo, melhor comida se possível. Brincar, sorrir conversar, dançar, e no final da noite ou a qualquer altura dela chegar a casa com um sorriso, o corpo cansado e fechar os olhos no aconchego dos meus lençóis com a consciência de que sou eu e nunca deixei de o ser…

2 o(s) que dizem:

Pois, não é por acaso que me apelido de "rapaz do dia". A noite para mim faz sentido, mas não em discos ou em bares. Quando muito em bares bem frequentados e nos quais se possa, de facto, conversar!

Foi, por exemplo, o que fiz na sexta-feira passada em boa companhia. Cheguei a casa eram 3 da manhã e já sabia que, por não estar habituado a entrar na noite, no dia seguinte iria sentir-me cansado. E assim foi. Mas o que quero dizer é que felizmente não presencio essas cenas que mencionaste, simplesmente porque me esquivo das grandes discos e bares...

Se és diferente por isso, ainda bem!
O erro está nos outros, não em ti.

About this blog

É mais um Blog de um Homossexual que vive (ou tenta viver) a sua vida. Alguém convicto que a orientação sexual não é uma escolha, que não sou diferente e como tal a descriminação não faz sentido... Será que ainda posso acreditar no Pai Natal??!!

Os que andam por aqui...